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quinta-feira, 28 de abril de 2011
Lago di Como, Cruzes, Luzes e Páscoa... (uma parte)
Passei a Semana Santa em Capiago, às margens do Lago di Como, região da Lombardia. Sob os pés dos Alpes pude viver minha 40° Páscoa. É interessante como Deus me preparou esse momento com tanto carinho e com tantos detalhes. Aliás, minha quaresma foi realmente um caminho de reflexão, experiências e encontros. Tive a oportunidade de saber um pouco mais sobre como formamos nossa identidade pessoal e como podemos influir em nossa memória para melhorar o presente e ter uma qualidade melhor de vida. Mais uma vez ouvi que a vida é um dom único e precioso e tive a certeza de o cristianismo se faz com pessoas equilibradas e felizes.
Foram quarenta dias onde experimentei a alegria de ser religioso e a dureza de me descobrir pecador. Encontrei pessoas de tantos lugares distantes e aprendi que o respeito é fundamental para que o Reino de Deus aconteça. Também refleti sobre os desafios da nossa Igreja Universal, que tem como base o evangelho de Jesus Cristo, que tem uma multidão de corações sinceros que se doam e que estamos caminhando numa longa estrada onde muitas vezes erramos, mas Deus está sempre conosco. Existem os limites e as vontades condicionadas que nos rebaixam ao pó de onde saímos.
A Semana realmente foi Santa e intensa, pude conversar com pessoas que experimentaram profundamente a dor, o medo, a ausência e ao mesmo tempo a fé.
Padre Beppe Pierantoni, um dehoniano que foi seqüestrado nas Filipinas e que viveu seis meses sob a pressão de guerrilheiros islâmicos, foi o nosso anfitrião. Daí já se vê a intensidade do meu Tríduo Pascal. Também tive ao meu lado Arlene, que sobreviveu a dois massacres quando era criança, mas, seus pais, que também sobreviveram a essas duas tragédias, não tiveram a mesma sorte num dia em que ela não os acompanhou em uma visita à casa de sua tia, porque precisava ir para escola, e morreram fuzilados dentro de um ônibus. Tinha então nove anos de idade. Hoje, com trinta e cinco, está no mesmo lugar que eu, fazendo o mesmo retiro para daqui a alguns dias se enclausurar num mosteiro de clarissas, na cidade de Pádua. É feliz, falante, sincera e corajosa e ao mesmo tempo meiga. Continua buscando respostas para sua vida mas tem certeza de que Deus é com ela.
Aqui está o Lago, Arlene e também, sempre ao meu lado, os meus dois confrades, Janusz e Dondon. O primeiro é polaco com um coração maior do que todos nós juntos e que fazia de tudo para nos ver felizes e tranqüilos. O segundo é filipino, com um sorriso fácil e companhia agradável.
Assim, entre cruzes e luzes, cheguei à Vigília Pascal e vi Cristo Ressuscitado. É verdade, ele ressuscitou como disse....
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